terça-feira, 17 de abril de 2012

2ª proposta - memória descritiva ;

Perfect typography is certainly the most elusive of all arts. Sculpture in stone alone comes near it in obstinacyJan Tschichold


A tipografia é a arte de comunicar através de letras e símbolos. As letras, às quais não damos a mínima importância. Para nós, apenas servem para constituir as palavras de modo a articularem um texto, coeso e coerente. Mais nada. Mas a verdade é que a tipografia é fundamental para que a nossa mensagem seja bem comunicada: percebida e assimilada.

Para esta segunda proposta da Unidade Curricular de DCV foi-nos proposto pela docente, elaborar uma tipografia (utilização exclusiva de letras, posteriormente palavras) de modo a construir uma imagem pensada e com sentido. Esta tipografia surgiu através da interpretação de um texto, de um poema, de uma notícia, etc.

Com o decorrer das aulas e com o que fui pesquisando na Internet, notei que a forma como as letras são desenhadas, é muito importante, assim como o local onde estas são aplicadas. “Inútil salientar que, no mundo da banca e das transacções de valores, era extremamente importante obter uma fonte que não permitisse erros e cuja leitura automática fosse rápida e eficiente. A letra OCR-B de Frutiger, hoje standard para cartões multibanco, de crédito e similares, é lida facilmente tanto por seres humanos” (Lassada, Gustavo, 2007) De facto, uma letra demasiado florida não seria conveniente para uma situação tão normal como esta, visto que faz parte do nosso dia-a-dia.

Assim, decidi recorrer a um texto pequeno para que pudesse estender e trabalhar o máximo de palavras que conseguisse. O texto, foi o seguinte: “Promise yourself to be strong that nothing can disturb your peace of mind. Look at the sunny side of everything and make your optimism come true. Think only at the best, work only for the best and expect only the best. Forget the mistakes of the past and press on the greater achievements of the future.

Com este pequeno texto, tive a possibilidade de utilizar o maior número de fontes que pude. Sim, as fontes são o mais importante quando queremos transmitir uma mensagem, uma vez que a credibiliza e a sustenta. As fontes, serifas ou não, de caixa alta ou de caixa alta, pretende traduzir impressões e imagens diferentes acerca da frase que representam. No meu texto decidi utilizar o máximo de fontes que podia, utilizando cerifadas e não cerifadas, de caixa alta e de caixa baixa. Tentei adaptar cada palavra a uma fonte, à que eu achava que mais de identificava de forma a exprimir uma ideia, criando uma identidade. As fonte utilizadas variaram imenso, desde a Tunga à CordiaUPC, passando pela Verdana e pela Gisha.

O meu projeto tem como o propósito traduzir um balão de ar quente que parte em viagem. Leva e procura encontrar ambientes e rostos todos diferentes. Procura a variedade, a emoção, a diferença, o especial: o abstrato. Achei pertinente e necessário utilizar uma fonte cerifada, que levasse consigo uma cerca espontaneidade misturada com subtileza. Que desse a ideia de inacabado, do “voltar com a mala cheia de histórias para contar”.

Desta forma tentei criar forma com as letras, dar expressividade a algumas palavras em detrimento de outras usando por isso o contraste de tamanhos. Na proposta colorida tentei “brincar” com as cores, para mostrar que dentro de cada ambiente continuam a haver diferentes posições. Assim, utilizei uma palete muito diversificada, investigando as imensas existentes no Illustrator.

Fiz uma analogia à viagem, simbolizando-a metaforicamente com um meio de transporte, habitualmente conhecido pelo tempo que demora: é lento, o que propicia a um clima, a um ambiente.

A tipografia, por muito mais complexa e elaborada que seja, tem de acabar por ser completa e coerente, de modo a ser entendida e a mensagem ser passada. Uma vez que o meu projeto não tem qualquer fim comercial, isto não será o mais importante: apesar de ter de ser coerente e coesa, está sujeita a diversas interpretações. É preciso saber colocar as letras, desenhá-las até criarem um impacto, ficarem visualmente agradáveis num todo.

Desta forma, concordo com Emil Ruder quando este afirma que “Typography has one plain duty before it and that is to convey information in writing. No argument or consideration can absolve typography from this duty.” É preciso saber como passar a informação. A boa tipografia sabe como fazê-lo.

Concluindo, penso ter cumprido os objetivos propostos, nomeadamente no que diz respeito à prática do Adobe Illustrator.

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